Custo de navio parado pode chegar a U$100 mil diários.
Há quase dois dias sem operações por causa de uma tempestade subtropical, os Portos de Itajaí e Navegantes, no Litoral Norte catarinense, começam a somar prejuízos.
Manobras de navios foram canceladas e o impacto econômico já aparece. O custo de uma embarcação parada é de U$35 mil a U$100 mil por dia.
A tempestade causa ondas de até 3 metros no mar. Com o fechamento, nenhum navio cargueiro entra ou sai.
A ordem permanece até que as ondas no acesso aos portos permitam a navegação. Não se sabe com precisão quando isso vai ocorrer.
O diretor de Operações de Logística do Porto de Itajaí, Héder Cassiano Moritza explicou: Na quarta-feira “realmente a gente verificou que houve uma forte alteração de mar, ou chamada ressaca, com ondas alcançando aí em torno de 2,7 até 3 metros, na área próxima aqui ao canal externo onde nós fizemos o fundeio dos navios e também o ponto de embarque e desembarque dos práticos".
Nos portos de Itajaí e Navegantes, pelo menos seis manobras de navios tiveram que ser canceladas. E a cada hora esse número aumenta. O prejuízo com a interrupção da navegação pode ser incalculável ao longo dos dias.
"A questão mais problemática é quando você tem um período mais longo de fechamento dessa barra, em que aí sim a gente tem uma interrupção total da entrada e saída de navios, possibilitando com certeza o congestionamento de pátios para movimentação de cargas. Isso pode trazer um pouco mais de problemática", disse o diretor.
A longo prazo, as perdas para a cadeia logística, com eventuais atrasos nas entregas de mercadorias, começam a aparecer.
O impacto dessa vez só não foi maior porque a tempestade anunciada proporcionou a reorganização de várias manobras.
A movimentação das ondas é um reflexo de uma tempestade que está na região Sudeste do país, a cerca de 450 quilômetros do Rio de Janeiro.
O vento forte que provoca as ondas têm impacto em toda a costa Sul do Brasil, de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, ao Chuí, no Rio Grande do Sul.
A tempestade foi batizada como "Potira" pela Marinha do Brasil.
O meteorologista da NSC, Leandro Puchalski explica que o fenômeno ocorre quando um ciclone tropical ou subtropical alcança a classificação de uma tempestade.
Este é o 12° do tipo já ocorrido na costa do Brasil desde 2011, segundo o especialista.
De acordo com o meteorologista da NSC Leandro Puchalski, nesta sexta (23) deve ser o dia em que a tempestade mais se aproximará da costa catarinense, ficando a cerca de 1,2 mil quilômetros do litoral.
Ele explicou que essa distância é suficiente para que não haja estragos no continente, porém, nesta sexta algumas praias catarinenses podem continuar com ondas de até 3 metros.
A situação deve melhorar no sábado (24) e domingo (25).
A previsão é de que a tempestade siga mais para o Sul, perdendo força e se afaste mais da costa, passando da classificação de tempestade para uma depressão.