O projeto acontece em conjunto com a prestadora de serviço ambiental DTA Engenharia e qualquer morador dessas comunidades pode participar.
A empresa Portos do Paraná, através de seus Programas de Educação Ambiental aos moradores de área abrangentes aos portos paranaenses, ensina sobre permacultura e sustentabilidade, iniciando através da compostagem, um dos princípios básicos estudados pela permacultura dentro das florestas.
“A Portos do Paraná está novamente revolucionando sua relação com as comunidades, levando os princípios e ética da permacultura no trato dos assentamentos de escala humana que existem nas ilhas", afirma João Paulo Santana, diretor de Meio Ambiente.
Ele explica que é uma prática de gestão australiana de manejo ambiental:
“Quando as folhas, a matéria orgânica, os galhos das árvores caem, tudo entra em um processo de decomposição pelas bactérias e a permacultura aprendeu a observar isso, e através dela estamos ensinando as comunidades em como pegar seus resíduos orgânicos e fazer compostagem próximo de suas habitações.”
Segundo a engenheira florestal Paula Beruski, responsável por visitar as casas e passar todos os ensinamentos teóricos e práticos sobre compostagem, ”todos recebem bem o projeto, mas não são todos que seguem compostando”.
“Visitamos até agora 70 casas, aderiram ao projeto seguindo todo o protocolo 32, na ilha inteira.
Esses já estão conseguindo dar uma destinação mais adequada ao resíduo orgânico, assim como também estão podendo adubar suas hortas”, salienta a engenheira
Além da Ilha do Mel, o projeto também já se estendeu para a comunidade de Amparo.
Segue agora para Piaçaguera e assim por diante, dependendo da demanda de cada ilha.
A moradora da Encantadas, na Ilha do Mel, Maria Helena, foi uma das que primeiro aderiu ao projeto da compostagem.
“Eu depositava os alimentos em um local que atraia muitos insetos e bichos rasteiros. Nessa época, a Paula me apresentou o projeto, achei uma boa e comecei a armazenar os resíduos de alimentos como ela me ensinou, no formato de compostagem. Não tenho mais insetos, nem ratos. E ainda consigo fertilizar a terra da pequena plantação que tenho em casa.”
Carla Simone Felipe, que frequenta a ilha desde 1983, tem casa desde 2000 e pousada desde 2015, é uma das mais empolgadas.
“Precisou de uma área pequena do terreno da pousada para montar a estrutura da compostagem, estou bem feliz com os resultados.”
“O adubo que geramos usamos para tudo, não compramos terra. Depois que colhemos, mesmo sendo pouquinho, fazemos a maior festa”, comemora Carla.
São várias as vantagens da implantação do projeto de compostagem nas comunidades isoladas do litoral paranaense
A compostagem controlada não gera o transporte de resíduos orgânicos para aterros sanitários, diminuindo o volume de resíduos que chegam a esses locais.
Não se gasta mais para transportar esse resíduo com barcos da comunidade para a cidade.
Não se joga o lixo na natureza.
Gera um grande e riquíssimo produto, o húmus.
Pode ser utilizado pelas comunidades para nutrir as hortas, roças, vasos de plantas, jardins, trabalhar o paisagismo e fazer com que isso vire insumo para a produção de alimentos, mudas, ervas aromáticas e medicinais.
Moradores de comunidades isoladas que tenham interesse em participar do projeto devem entrar em contato através do WhatsApp 41 996158681.
O serviço é gratuito e acontece através de uma visita inicial, onde se explica o conceito da compostagem, seguida de visitas periódicas, para que o morador dê continuidade ao projeto.
Fonte: Portos do Paraná
Fotos: Claudio Neves