As frutas foram rejeitadas por conterem aditivos nas ceras aplicadas na casca para dar durabilidade e brilho.
Sessenta contêineres de frutas oriundas da América Latina, incluindo mangas e limões do Brasil, foram bloqueados no Porto de Algeciras, na Espanha, segundo informou, na segunda-feira (28/6) a assessoria de imprensa do terminal.
Entre os contêineres rejeitados há mais de uma semana, estão 92 toneladas de mangas exportadas pela Agrodan, maior produtora e exportadora da fruta no Brasil.
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Paulo Dantas, dono da empresa, diz que o assunto está sendo resolvido pela Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas).
A entidade, no entanto, diz apenas que está tratando da liberação das cargas com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Dois aditivos dessas ceras, formaldeído e álcool ethoxilado, não podem ser usados em alimentos por portaria da União Europeia.
“A situação começa a voltar ao normal. Cerca de 300 contêineres foram liberados nas últimas semanas sem mais incidentes e os produtos foram destinados ao consumidor europeu”, diz a nota da assessoria, sem informar se alguma carga brasileira foi liberada.
O destino das frutas depende, agora, da decisão do importador: podem ser destruídas, enviadas de volta ao país de origem ou tratadas no próprio porto para retirar a cera.
Só foram liberadas as cargas que apresentaram documentação suplementar comprovando não usar as substâncias proibidas.
Na semana passada, o Mapa solicitou às autoridades espanholas permissão para que as frutas sejam lavadas no porto pelos importadores para retirar a cera.
Nesta segunda, a pasta disse que ainda não obteve resposta nem informações sobre a situação dos contêineres brasileiros.
O Ministério afirmou ainda que não emitiu qualquer orientação ao setor para evitar o Porto de Algeciras, visto que a norma é da União Europeia e o entendimento é de que será aplicada em todos os portos.
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Os produtores foram comunicados para que utilizem somente ceras apropriadas, sem os aditivos proibidos.
Na última sexta-feira (25/6), foi realizado um webinar com a participação das empresas, da comunidade portuária e das autoridades sanitárias espanholas para explicar de forma detalhada aos importadores quais são as informações exigidas pelos inspetores com base no Regulamento UE 1333/2008 sobre aditivos e revestimentos.
Diante disso, a instituição portuária diz que tem entrado em contato com associações de exportadores, delegações de diferentes embaixadas e Ministérios da saúde dos países envolvidos para tentar minimizar os danos que estas medidas aplicadas no Porto de Algeciras possam ter causado aos diferentes membros da comunidade logística.