Recorde de morte de baleias Jubarte no Brasil preocupa pesquisadores

87 baleias morreram em um período de 46 dias já que as primeiras começaram a aparecer em Santa Catarina em 12 de junho. 

                              
Recorde de morte de baleias Jubarte preocupa pesquisadores
                            

O encalhe de baleias Jubarte registrado no Brasil no primeiro semestre deste ano bateu recorde, segundo levantamento feito pelos pesquisadores do Projeto Baleia Jubarte no litoral do país. 


Até 27 de julho houve 87 encalhes


Milton Marcondes, coordenador de pesquisa do Projeto Baleia Jubarte, confirma o encalhe e morte de 87 cetáceos, com a seguinte distribuição por Estado: 

Rio Grande do Sul, 8; 

Santa Catarina, 30; 

Paraná, 5; 

São Paulo, 21; 

Rio de Janeiro, 11; 

Espírito Santo, 5; 

Bahia, 6; 

e Sergipe, 1.


Milton Marcondes, explicou que encalhes de baleias ocorrem por diversos motivos, como morte natural, aproximação das redes de pesca ou busca por alimentação em águas mais rasas. 


Ele ressaltou que há anos atípicos em relação ao encalhe, como ocorreu em 2010, com 96 casos; e 2017, com 122.


Como a maior parte dos animais encalhados neste ano são jovens que ainda não estão na idade de reprodução e estão mais magros do que o comum, Marcondes afirma que há grande possibilidade de eles terem se aproximado da costa buscando alimento, aproveitando os cardumes mais volumosos de peixes localizados nos litorais paulista e catarinense.


“Tem alguns anos que são atípicos, estamos em um ano atípico desses. Estamos com bichos muito magros, que não conseguiram se alimentar direito.”


Marcondes sugere que este comportamento pode significar ‘uma diminuição da oferta recente de krill na Antártica em razão do aquecimento global’.


“Deve ter diminuído a quantidade de krill esse ano e aí eles estão vindo para perto da costa em busca de comida, principalmente os jovens que não estão na idade de reproduzir”, explicou o pesquisador.


krill - um pequeno crustáceo, similar ao nosso camarão, habitante do oceano austral.  Sua biomassa alcança 380 milhões de toneladas. E ele tem papel chave na cadeia de vida marinha. O krill se alimenta de um tipo de plâncton e, por sua vez, passa a ser o alimento preferido de pinguins, focas e baleias. 


Ele acrescentou que “quando eles vêm para perto da costa para buscar comida, é o mesmo lugar que os pescadores estão colocando a rede e acaba dando muito problema de emalhe -retenção na malha da rede-”


Até o momento, o projeto registrou 34 casos de emalhe em equipamento de pesca, um número recorde, no entanto nem todas essas retenções em redes levaram à morte das baleias. 


O pesquisador afirma que esses picos de mortalidade não têm afetado a recuperação da população das jubarte e que sua população vem crescendo. 


No entanto, a preocupação é com o sofrimento dos animais.

“Do ponto de vista de conservação da espécie, não é uma coisa tão preocupante. Do ponto de vista do bem-estar animal, cada indivíduo desse que chega aqui magrinho ou que acaba se enroscando em uma rede pesca e morrendo passa por um sofrimento muito grande, então a gente tem uma preocupação, sim, com esses casos e em como tentar diminuir esse tipo de ocorrência”, disse.


Uma das ações com objetivo de diminuir os problemas dos emalhes é intensificar a fiscalização. 


“Lá em Santa Catarina, o pessoal já aumentou um pouco a fiscalização nas redes que estão colocadas de forma ilegal. Estamos trabalhando e tentando orientar os pescadores também.”


Para os pescadores que instalam as redes de forma legal, a orientação é que não deixe a rede sem acompanhamento porque pode ocorrer de uma baleia acabar presa. 


“Isso é o mais imediato que dá pra fazer. Mas estamos planejando a longo prazo, pensando que isso é uma coisa que pode ser recorrente no futuro”, acrescentou.

 

Projeto Baleia Jubarte      

Porjeto Baleia Franca 


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