Tripulantes de navio abandonado no Porto de Santos são repatriados

O navio Srakane, de bandeira do Panamá, ficou atracado no Porto de Santos com trabalhadores da Geórgia, Ucrânia e Montenegro, por mais de 6 meses.

                          
Tripulantes de navio abandonado no Porto de Santos são repatriados

Tripulantes de um navio atracado em situação de abandono no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, foram repatriados após meses de espera.


Eles começaram a desembarcar na última sexta-feira (30) e os seis últimos saíram e voltaram para os países de origem, conforme explicou o capitão da embarcação, Eduarg Goguadze, ao G1.


O capitão assumiu o comando do navio em janeiro deste ano, e explica que a audiência sobre o caso está marcada apenas para setembro. 


Devido à demora, os tripulantes não querem aguardar a bordo, e precisam retornar às suas famílias. 


Para Goguadze, a questão dos salários foi a mais preocupante, já que os trabalhadores auxiliam os parentes. 


É o caso de Genadi Choff, tripulante que está com medo de perder a mãe, que está doente. 


Ele reitera que “essa experiência foi a mais difícil em mais de 30 anos de profissão.” 

                                
Tripulantes de navio abandonado no Porto de Santos são repatriados

O navio Srakane, de bandeira do Panamá, ficou atracado na Margem Esquerda do Porto de Santos com trabalhadores da Geórgia, Ucrânia e Montenegro por quase um ano. 


Os 15 tripulantes que retornaram para suas casas fizeram testes de Covid-19 para receberem a autorização de ir até o aeroporto.


Os tripulantes que desembarcaram, aguardaram em um hotel em Santos as passagens aéreas para serem repatriados. 


Eles ficaram sem notícias e contato com os responsáveis pelo navio, além de não receberem o salário. 


Apenas em julho eles receberam o equivalente a quatro meses de salário, por meio de indenização paga pela seguradora. 


Isso aconteceu depois que auditores fiscais do Trabalho entraram em contato com a armadora responsável pela embarcação e, sem sucesso, acionaram a Autoridade Marítima do Panamá.


Com a indenização e auxílio dos órgãos, eles conseguiram sair da embarcação. 


Uma audiência sobre o caso foi marcada para setembro, mas devido à demora, os tripulantes não quiseram aguardar a bordo, e precisaram retornar às suas famílias.

                                   
Tripulantes de navio abandonado no Porto de Santos são repatriados

O Governo Federal foi acionado pela Capitania dos Portos em abril de 2021, depois da fiscalização de órgãos estaduais e federais que promoviam uma operação para coibir crimes no mar. 


De acordo com o auditor fiscal do Trabalho Rodrigo Aoki Fuziy, os tripulantes do navio estavam vivendo com pouca comida e água potável, e ainda com baixo volume de combustível, o que colocava em risco a segurança no canal do Porto.

O navio também estava com o sistema de esgoto saturado. 


Ao ajuizar a ação, o procurador Rodrigo Lestrade Pedroso afirmou que o órgão buscava pela integridade dos tripulantes.


"O Ministério Público do Trabalho busca, mediante a presente ação civil pública, provimentos inibitórios para a preservação da vida, da saúde e da integridade psicofísica dos trabalhadores marítimos, bem como a preservação de um meio ambiente de trabalho seguro, sadio e hígido", disse o procurador.


Em junho, decisão da 1ª Vara do Trabalho de Guarujá ordenou que os tripulantes fossem repatriados, devido à situação de abandono do navio, e que as três empresas do setor de transporte marítimo desembarcassem os empregados, que estavam com contratos vencidos.



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