O presidente da divisão de Pesquisa e Desenvolvimento da companhia, sinaliza uma possível entrada da empresa no setor aeroespacial.
A montadora japonesa Honda desenvolveu um protótipo de um motor para foguetes, o trabalho deve evoluir para a criação de um veículo de capacidade suborbital, de acordo com Keiji Ohtsu, presidente da divisão de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da companhia.
Segundo ele, a Honda enxerga o espaço como “uma área de potencial crescimento”, sinalizando uma possível entrada da empresa no setor aeroespacial.
Apesar da marca ser automaticamente atrelada a automóveis, a Honda é constituída de um grupo de várias empresas, cada uma com o seu desenvolvimento em produtos que vão desde motores para barco, geradores a gasolina e até robôs.
Para a companhia, adotar o espaço em seu portfólio lhe parece um passo seguinte na busca pela inovação.
Segundo Ohtsu, a Honda começou a entreter a idéia de produtos vindos da engenharia espacial há cerca de dois anos, com funcionários cada vez mais jovens ingressando aos quase 200 mil funcionários da empresa pelo mundo e mostrando amplo interesse nos andamentos da indústria.
Desde então, recursos de P&D da japonesa vêm sendo destinados ao desenvolvimento de foguetes e outros artefatos de propulsão.
O que foi apresentado no último final de semana, durante uma videochamada com dois jornalistas no Japão, porém, não teve muito detalhamento técnicos, e informações de funcionamento do foguete, foram recusadas pela equipe, que alegou que o projeto ainda está em estágios iniciais.
Entretanto, os engenheiros confirmaram que já houve um teste, após exibir um pequeno vídeo da ocasião e afirmar que a “pluma” (aquela primeira nuvem que vem logo depois da ignição) gerou diamantes de choque – um padrão visual comum a explosões de motores do tipo.
A partir daí, os engenheiros contaram sobre os planos da empresa: Segundo eles, a Honda pretende desenvolver um veículo de transporte de pequeno porte, para entregar satélites à baixa órbita da Terra.
“Pretende” sendo a palavra certa, pois Ohtsu disse que isso ainda não tem a aprovação final da empresa: o time tem permissão de continuar a pesquisa e o desenvolvimento da tecnologia com total suporte até 2025 e 2026.
Dependendo do progresso até lá, a liderança do grupo vai liberar – ou vetar – a continuidade do projeto.
Em caso positivo, o trabalho deve evoluir para a criação de um veículo de capacidade suborbital.
Finalizando a conversa, os engenheiros disseram que a ideia do projeto é a de simplesmente deixar a equipe técnica da empresa atuar em uma empreitada inovadora mais livre, sem as restrições comuns aos outros produtos da companhia.