*Segundo informações, nos últimos 5 anos, a maioria das toninhas (98%) encalhou morta (créditos: Divulgação/Instituto Argonauta) |
De janeiro a março de 2023, o Instituto Argonauta contabilizou em sua base de dados do PMP-BS, um total de 26 atendimentos a ocorrências envolvendo encalhes de toninhas nas praias de Ubatuba (46%), Caraguatatuba (19%), São Sebastião (19%) e Ilhabela (15,4%). Em todos os encalhes, os animais foram encontrados mortos.
As toninhas (Pontoporia blainvillei), menor espécie de golfinho do Brasil e considerada a mais ameaçada da América do Sul, são encontradas encalhadas nas praias do litoral norte de São Paulo pela equipe do Instituto Argonauta, uma das instituições que executam o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), mas, na grande maioria das ocorrências, sem vida.
Os dados são do Instituto Argonauta, que monitora o Trecho 10 do PMP-BS, compreendido entre São Sebastião e Ubatuba. “De 2017 a 2022, foram registradas 330 ocorrências pela instituição, sendo que a maioria das toninhas (98%) encalhou morta. A cidade que registrou o maior número de encalhes nos últimos cinco anos foi Ubatuba (42,4%), seguida de São Sebastião (28,7%), Ilhabela (20,3%) e Caraguatatuba (11,3%)”, detalha o presidente do Instituto Argonauta, o oceanógrafo Hugo Gallo Neto.
Coordenadora do PMP-BS no trecho 10 do Instituto Argonauta, a bióloga Carla Beatriz Barbosa alerta sobre os impactos aos quais a população de toninhas está sendo submetida. “Temos visto um número considerável de ocorrências de toninhas mortas, muitas com uma morte relacionada à captura acidental pela pesca, que é considerada hoje a maior ameaça à essa espécie, seguida pela poluição do ambiente marinho”, alertou.
Apesar de não intencional, essa captura pode levar a espécie a um risco grave de extinção. Carla ressalta que a situação está longe de ser facilmente resolvida, porque existem também importantes questões sociais e econômicas.
AMMA
Um dos projetos desenvolvidos pelo Instituto Argonauta, é o de Avistagem de Mamíferos Marinhos Argonauta, que tem como objetivo implementar ações de conservação para os cetáceos que usufruem da região. Entre 2017 e 2022, o instituto registrou 277 ocorrências de avistamentos desses animais. “A toninha é o golfinho que mais encontramos encalhados nas praias, e o segundo mais comum de ser avistado quando estamos navegando. Ele reside em águas costeiras da nossa região, e se alimenta principalmente de peixes e crustáceos”, explica a oceanógrafa do Instituto Argonauta MSc. Tami Albuquerque Ballabio. De janeiro a março de 2023, o projeto AMMA registrou 25 avistagens da espécie que, por ser arisca e veloz, são conhecidas como “fantasminhas do mar”, já que fogem rapidamente quando uma embarcação se aproxima, sendo possível avistar apenas o seu “vulto”.
Como predadores de topo, as toninhas ajudam a controlar a população de peixes e lulas, o que é fundamental para manter o equilíbrio ecológico nos ecossistemas costeiros, e são consideradas um bioindicador da saúde dos ecossistemas marinhos, uma vez que sua presença indica a preservação de habitats importantes para a vida marinha. A conservação das toninhas, portanto, contribui para a conservação da biodiversidade marinha como um todo.
As toninhas também possuem um valor cultural e econômico significativo para as comunidades costeiras que dependem dos recursos marinhos para subsistência e para o turismo. A preservação das toninhas é importante não apenas para a manutenção da biodiversidade marinha, mas também para a sustentabilidade das comunidades costeiras.
Os dados são do Instituto Argonauta, que monitora o Trecho 10 do PMP-BS, compreendido entre São Sebastião e Ubatuba. “De 2017 a 2022, foram registradas 330 ocorrências pela instituição, sendo que a maioria das toninhas (98%) encalhou morta. A cidade que registrou o maior número de encalhes nos últimos cinco anos foi Ubatuba (42,4%), seguida de São Sebastião (28,7%), Ilhabela (20,3%) e Caraguatatuba (11,3%)”, detalha o presidente do Instituto Argonauta, o oceanógrafo Hugo Gallo Neto.
Coordenadora do PMP-BS no trecho 10 do Instituto Argonauta, a bióloga Carla Beatriz Barbosa alerta sobre os impactos aos quais a população de toninhas está sendo submetida. “Temos visto um número considerável de ocorrências de toninhas mortas, muitas com uma morte relacionada à captura acidental pela pesca, que é considerada hoje a maior ameaça à essa espécie, seguida pela poluição do ambiente marinho”, alertou.
Apesar de não intencional, essa captura pode levar a espécie a um risco grave de extinção. Carla ressalta que a situação está longe de ser facilmente resolvida, porque existem também importantes questões sociais e econômicas.
AMMA
Um dos projetos desenvolvidos pelo Instituto Argonauta, é o de Avistagem de Mamíferos Marinhos Argonauta, que tem como objetivo implementar ações de conservação para os cetáceos que usufruem da região. Entre 2017 e 2022, o instituto registrou 277 ocorrências de avistamentos desses animais. “A toninha é o golfinho que mais encontramos encalhados nas praias, e o segundo mais comum de ser avistado quando estamos navegando. Ele reside em águas costeiras da nossa região, e se alimenta principalmente de peixes e crustáceos”, explica a oceanógrafa do Instituto Argonauta MSc. Tami Albuquerque Ballabio. De janeiro a março de 2023, o projeto AMMA registrou 25 avistagens da espécie que, por ser arisca e veloz, são conhecidas como “fantasminhas do mar”, já que fogem rapidamente quando uma embarcação se aproxima, sendo possível avistar apenas o seu “vulto”.
Como predadores de topo, as toninhas ajudam a controlar a população de peixes e lulas, o que é fundamental para manter o equilíbrio ecológico nos ecossistemas costeiros, e são consideradas um bioindicador da saúde dos ecossistemas marinhos, uma vez que sua presença indica a preservação de habitats importantes para a vida marinha. A conservação das toninhas, portanto, contribui para a conservação da biodiversidade marinha como um todo.
As toninhas também possuem um valor cultural e econômico significativo para as comunidades costeiras que dependem dos recursos marinhos para subsistência e para o turismo. A preservação das toninhas é importante não apenas para a manutenção da biodiversidade marinha, mas também para a sustentabilidade das comunidades costeiras.
O Instituto Argonauta trabalha em parceria com outras organizações e órgãos governamentais para fortalecer a proteção das toninhas e garantir sua conservação a longo prazo.
Fundado em 1998 pela Diretoria do Aquário de Ubatuba e reconhecido em 2007 como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), o instituto tem como objetivo a conservação do Meio Ambiente, em especial dos ecossistemas costeiros e marinhos. Para isso, apoia e desenvolve projetos de pesquisa, resgate e reabilitação da fauna marinha, educação ambiental e resíduos sólidos no ambiente marinho, dentre outras atividades.
Fundado em 1998 pela Diretoria do Aquário de Ubatuba e reconhecido em 2007 como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), o instituto tem como objetivo a conservação do Meio Ambiente, em especial dos ecossistemas costeiros e marinhos. Para isso, apoia e desenvolve projetos de pesquisa, resgate e reabilitação da fauna marinha, educação ambiental e resíduos sólidos no ambiente marinho, dentre outras atividades.
Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos
O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Argonauta monitora o Trecho 10, compreendido entre São Sebastião e Ubatuba.
Para mais informações sobre o PMP-BS, consulte: www.comunicabaciadesantos.com.br
Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Instituto Argonauta monitora o Trecho 10, compreendido entre São Sebastião e Ubatuba.
Para mais informações sobre o PMP-BS, consulte: www.comunicabaciadesantos.com.br